Desenvolver jogos para os consoles pode ser um processo complicado. Enquanto o hardware do PC está em constante evolução, os consoles, a partir do momento em que são lançados, ficam estagnados. Como tal, os produtores chegam a determinado ponto, mais cedo ou mais tarde, em que têm de começar a cortar coisas para que o seu jogo seja possível nos consoles.
A Arkane Studios, Estúdio onde foi desenvolvido Dishonored, que foi eleito nos BAFTAs o melhor jogo de 2012, encontrou as dificuldades apontadas em cima. "Como designers de níveis estamos lutando contra a memória todos os dias. Cortamos coisas, removemos coisas, tiramos coisas, dividimos níveis, removemos NPCs dos níveis porque não existe memória suficiente," disse Christophe Carrier, o designer de níveis chefe em Dishonored.
Os 8GB de RAM do PlayStation 4 prometem dar mais liberdade criativa aos designers, deixando de haver preocupações com as limitações dos consoles. Em comparação com o PlayStation 3, a memória é 16 vezes maior. "Saber que a memória será algo melhor na próxima geração de consoles é, para nós, uma alegria. É algo de que estávamos esperando."
"Os processadores são bons, mas a memória, para os nossos jogos, é o mais importante," continuou Carrier, sobre as dificuldades de se desenvolver nos consoles. Dinga Bakaba, um designer em Dishonored e produtor associado, ficou impressionado com a tecnologia Gaikai e as funcionalidades sociais do PlayStation 4.
"Estamos ansiosos para investigar como poderemos integrar todas essas coisas no nosso próximo jogo," disse Bakaba. "Não vamos fazer o mesmo jogo várias vezes, vamos continuar fieis à nossa paixão." Qual será esse novo jogo que Bakaba mencionou? Bem, sabemos que Dishonored agora é uma série. Um novo jogo será eventualmente lançado, contudo, não é sinónimo de que o Arkane Studios avance já para a produção da sequela.
Seja qual for o próximo jogo, Carrier garante que "vamos tentar ser fieis à nossa cultura, vamos tentar manter os nossos valores, criando uma pequena equipe em comparação com os outros desta indústria, e manter todos os nossos valores ao redor da moda, design de jogos e arte".
Ao contrário com Cliff Bleszinski, que olha para os videogames como uma forma de fazer dinheiro, a Arkane Studios é motivada por algo mais. "Fazemos jogos porque gostamos de jogos; queremos fazer jogos que queremos jogar. Vamos fazer isso sempre. Não vamos tentar mudar a nossa filosofia ou a forma como fazemos jogos. Não vamos fazer o mesmo jogo várias vezes, vamos continuar fieis à nossa paixão."
Fonte: Sussuworld
